Necessidade de Aparecer: Os 4 Erros Financeiros Muito Comuns!

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Este artigo terá um sabor amargo para quase todos nós. Eu também me incluo nesta, e já cometi tais erros em menor ou maior grau.

A necessidade de aparecer está presente em todas as pessoas. A diferença está na intensidade do desejo de cada um.

Um nome mais bonitinho e politicamente correto para a necessidade de aparecer é “Necessidade de Aprovação Social”, que nada mais é do que buscar aprovação de terceiros para aquilo que fazemos, somos e temos. Sempre que você ficar diferente do padrão que a sociedade considera ser certo, você será criticado e pode até mesmo ser excluído dos círculos sociais.

A turma de playboy da faculdade quase sempre descarta o cara que anda de ônibus, a turma de “malandros” descartam o nerd e os nerds descartam os malandros. É natural você não ser aceito em todos os lugares e por todas as turmas.

Mas infelizmente sempre buscamos a aprovação das pessoas que admiramos. E algumas pessoas acabam exagerando no empenho para ser aceito. Elas compram produtos que não conseguem pagar, comprometem planos futuros assumindo compromissos loucos.

Antes de citar alguns exemplos, quero falar um pouco sobre a Pirâmide de Maslow.

A teoria de Maslow diz basicamente que, a medida que as necessidades expostas na base da pirâmides forem satisfeitas, o indivíduo passa a tentar satisfazer as necessidades dos próximos níveis da pirâmide.

Mas isto realmente acontece? Quantas vezes já ouvimos falar de famílias que moram em favela, sem suprirem de maneira satisfatória suas necessidades fisiológicas e de segurança, e que possui televisões de led ultra-modernas e carros novos na garagem?

O marketing consegue criar um consumismo tão intenso, com desejos tão fortes, que a necessidade de estima muitas vezes supera as necessidades fisiológicas.

Talvez a hierarquia de necessidades de Maslow não seja bem uma hierarquia. As pessoas querem tudo ao mesmo tempo, e graças a necessidade de aparecer, elas nem sempre dão preferência para as necessidades da parte de baixo da pirâmide.

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Os exemplos a seguir não servem para aquelas pessoas com boas condições financeiras e que fazem tudo isso sem comprometer o seu futuro.

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Dan Bilzerian sempre rodeado de belas mulheres, carros, barcos e aviões.

O Dan Bilzerian não tem que se matar de trabalhar na segunda-feira para bancar o seu estilo de vida e sua necessidade gigante de aparecer. Ele não é escravo do dinheiro. Felizmente (para ele), ele não precisou viver com um padrão de vida baixo para acumular toda aquela fortuna. Só nos resta aceitar esta realidade — o mundo nunca foi e nunca será justo.

Tentar simular um estilo de vida acima de seus padrões vai comprometer o seu bolso e o seu futuro. E as faturas altíssimas do cartão de crédito se encarregarão de trazer frustração e infelicidade para a sua vida posteriormente.

“A crítica aqui é justamente para aquelas que abrem mão de um futuro melhor para ter ganhos superficiais de curto prazo. Critico as pessoas que se tornam escravas de suas decisões mal pensadas.”

 

Os erros muito comuns cometidos pelas pessoas que tem grande necessidade de aparecer:

1 . As pessoas trocam carros sem real necessidade.

Para que um carro serve realmente? Para transportar pessoas e objetos. E por que um carro de R$150.000 faz isto melhor do que um carro de R$50.000? No máximo porque fará de maneira mais confortável. E justifica pagar R$100.000 a mais só por isso? Apenas este dinheiro representa pouco para o seu patrimônio, caso contrário, na maioria das vezes significa apenas que você está sendo guiado irracionalmente pela sua necessidade de aparecer.

Warren Buffett tem apenas um Cadillac XTS avaliado em cerca de U$45.000, mesmo tendo um patrimônio líquido de mais de U$70 bilhões. Ele poderia ter vários de milhões de dólares, mas não tem. Ele talvez seja uma das pessoas com menor necessidade de aparecer que pisam neste planeta.

Por outro lado, há muitas pessoas que compram carros caros pela necessidade de aprovação social, e depois continuam trabalhando em empregos horríveis e que detestam pelo o resto de suas vidas, apenas para pagar as contas de compras desnecessárias como esta.

Dan Bilzerian não nos deixa mentir. Existe mulheres interesseiras que são fisgadas por (e somente por) carros caros e importados. E vários homens usam este “truque” para conquista-las. Mas a que custo?

2. Mulheres se submetem, sem ter condição, a tratamentos estéticos caros e compra roupa de marcas para entrar na competição por melhores homens.

É o mesmo caso dos homens que “investem” em carrão para impressionar mulheres. Até quando vale a pena se sacrificar a independência financeira e ser tornar escrava da opinião alheia? Será que a maneira mais correta de ser atraente é usando o dinheiro para comprar produtos e fazer transformações meramente estéticas?

O que aconteceria se estas mulheres usassem este dinheiro em livros, cursos e viagens para se tornarem pessoas mais interessantes? E se cuidassem da sua aparência através de meios infinitamente mais baratos que são os exercícios físicos?

3. Famílias compram apartamentos e casas em bairros incompatíveis com a sua condição financeira.

Fazer parte de uma comunidade próspera é o desejo de quase todas as pessoas. É por isso que algumas famílias financiam apartamentos por décadas para conseguir morar próximos a pessoas ricas.

Isso acaba trazendo benefícios, como inserir seus filhos em círculos proeminentes, escolas boas e quem sabe, mais para frente, fazê-los casar com bons partidos ou ter oportunidades de negócios com pessoas influentes.

Por trás de todo este cenário maravilhoso se encontra o sacrifício da vida de seus pais. Que viram escravos modernos que se matam de trabalhar apenas para que os filhos alcancem uma posição de prestígio na sociedade.

4. Pessoas que parcelam viagens internacionais caras, mas não tem reserva financeira para se manterem por um tempo se perderem o emprego.

Vale tudo para postar fotos no Instagram e Facebook. As redes sociais foram impulsionadoras deste consumismo louco do mundo moderno.

A competição para ver quem posta fotos mais “bombantes” virou uma corrida de Hamster — as pessoas fazem esforços mirabolantes por causa da necessidade de aparecer. Com isso acabam comprometendo o seu futuro profissional e financeiro, e não saem do lugar. Afinal, se está todo mundo viajando para a Europa, elas também tem que ir. É carnaval? Óbvio que as fotos mais curtidas serão em Salvador. Reveillon no Rio de Janeiro não pode faltar, nem o natal em Nova York. E por aí vai…os gastos loucos graças a competição por uma posição de prestígio na timeline.

Moral da história

Se você se viu em algum destes itens, está na hora de repensar nas suas escolhas.

Frases como “a vida é uma só” e que “a vida é para ser vivida” ou ”caixão não tem gaveta” não tem qualquer sentido se for dita por pessoas que tem que se matar em empregos que detestam ao longo de 8 horas por dia para pagar as contas que fizeram para o futuro.

A vida é uma só: então porque você faz contas que te obriga a trabalhar em algo que não gosta?

A vida é para ser vivida: então porque você não está viajando na terça-feira a tarde? Ou tomando sol na beira de uma piscina? A vida não existe só no fim-de-semana.

Imitar o estilo de vida dos ricos não tem graça nenhuma. O rico “vive” no fim de semana e também no meio de semana. Se ele quiser ficar sem trabalhar, ele não trabalha. Se ele decidir trabalhar por 12 horas diretas, ele trabalha. Se ele quiser tirar férias de 10 dias, ele tira. Ou 30 dias. Ou um ano. Isso é ser rico.

Imitar rico é virar escravo moderno do dinheiro. Escravo de um estilo de vida maçante e falso que, infelizmente, você não pode se dar ao luxo no momento.

Repense as suas decisões de compra e dê os passos necessários para se tornar uma pessoa livre de verdade que não precisará mais se preocupar em trabalhar no futuro se esta for a sua vontade.

5 COMENTÁRIOS

  1. Muito bom! Sem dúvidas querer “aparecer” é uma das piores decisões que alguém pode tomar na vida. Inclusive porque entra em uma bola de neve de gastos que sem dúvida comprometerá boa parte de seu patrimônio. Porém, existe também outra vertente de querer melhorar de vida com o tempo. Inclusive com bens materiais. Poder andar em um carro mais confortável, comer em lugares melhores etc. E isso tudo sem querer “aparecer”. A verdade é que essa é uma das decisões mais difíceis que podemos tomar, pois sempre estaremos muito próximos de sermos “mesquinhos” ou “aparecidos”. Não adianta também querer, a todo custo, economizar para construirmos algo para o futuro e vivermos com uma péssima qualidade de vida. Temos que tentar equilibrar as coisas. Até porque, a vida é realmente uma só.

    • Exatamente Felipe!

      Conforme escrevi no texto, a crítica feita não serve para aqueles que tem condições de ter bens materiais de alta qualidade e vivem da forma que querem.

      A crítica vai para os que comprometem o futuro em troca de bens materiais. Por exemplo, de que adianta ter um carro confortável se você passa 44 horas por semana trabalhando com algo que não gosta e não pode sair deste emprego?

      Não é a toa que vemos muitas pessoas bem de vida mas que vivem a base de antidepressivos porque mesmo ganhando bem assumiram mais responsabilidades financeiras do que deviam. Viraram escravas do dinheiro.

      Abraços! Obrigado por comentar!
      Lucas.

  2. Ótimo texto.

    Se me permite uma observação, a teoria ERG, de Alderfer, é mais aceita modernamente que a de Maslow. Embora a deste último seja bem mais “famosa”, principalmente nos cursos de Administração e concursos da vida.

    Depois dê uma lida.

    Uma das principais diferenças é que Alderfer aceita que as necessidades (Existência, Relacionamento e Crescimento) se manifestam simultaneamente e com intensidades variáveis.

    Abraço!

  3. Excelente texto!
    Devemos priorizar, sim, ter uma melhor qualidade de vida, priorizando o que nos faz feliz.
    Mas para isso, é fundamental não engessar o orçamento com gastos fixos elevados, como financiamentos e taxas de manutenção altas, que acabamos tendo em carros de luxo ou imóveis muito grandes e luxuosos.
    Nada melhor do que ter liberdade financeira para poder tomar decisões mais sábias.
    Abraço

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